sábado, 14 de outubro de 2017

O violinista

Se Portugal não fosse para cá dos Pirinéus, cantaria outro galo. Assim, faz-se o que se pode. E eu, que nunca fui mais do que um tocador de rabecão, lembro-me do violinista.
Um dia os americanos, de olhos postos nos negócios da Nato, construíram um novo modelo de avião de caça e intersecção, que não passou dos ensaios.
Chamaram ao Texas pilotos de todos os países interessados nos negócios da Nato, e puseram-nos a experimentar o protótipo do F20. Acima de 4 g's o animal entrava em vibração e desenhava no céu um immelmann gracioso. Por sua alta recreação. Os indígenas clientes da Nato calaram-se, respeitosos.
O violinista fez um relatório em que apontava a limitação, disse o que tinha a dizer. E os americanos, com o trabalhinho feito, quiseram dar-lhe um coche de presente. Ele mandou-os foder, apanhou um avião e regressou a Lisboa. Acabou preterido nas promoções.